Das Schicksal,
das will heissen:
der Sonne Peitsch und Zuegel
Hölderlin
Como gamo
ideias esgalhadas
é tudo quanto sei
do que não é o um
do que foi fugaz
e frágil
às miras
de quem as cabeças como
troféus queriam
é tudo quanto sei
do que não foi unicórnio
mas esgalhados
labirintos
...
Pois isto a árvore tem de mim:
raiz relâmpago
Pois o que me prende inteiro
ao meio me parte
Pois o que é muda sombra
é também eletricidade
Pois o que é ser caminho
é no caminho estar
Pois o que não é da fome
é a carne abrasar
Pois isto a boca tem do machado:
o sorriso do corte
...
Auto-retrato, cabelo ceifado rente
Orelhas
De lume crepita a cor.
Pégados corvos entre seres amarelos
a rapina de retinas
olhos: girassóis
Corvos de cor o estojo do arco-íris
aprisionado
em línguas líquidas
Lençóis de triste trigo & a realidade
debulhada
em moinhos de vento
Olhos deitaste quantos
A realidade era o teu joio
e de braços abertos, espantalho
Guardião de tintas íntimas
Trigo, pêlo de bicho
O teu cão amarelo em côdeas
de tua mão
A textura do verso longe
dos sulcos
desse arado onírico:
Espátula,
carícia em terra de cor.
Como os girassóis tudo se curva
e fica a gravitar.
A loucura do teu nome
A memória, vernissage de feridas
expostas
Paisagem que amarelece
Cavalete em cancela de grãos
Signos e crinas
A manjedoura dos ares
Os sóis dos teus terçóis
Ciprestes
de labaredas, lábios de fogo
Trigal com Corvos
Um grão liberta a cor de dentro
Um grão de som. E o dia
contou todos os corvos que havia
Um grão cor de corvo. Um grão
cor de chumbo.
Orelhas
De lume crepita a cor.
Pégados corvos entre seres amarelos
a rapina de retinas
olhos: girassóis
Corvos de cor o estojo do arco-íris
aprisionado
em línguas líquidas
Lençóis de triste trigo & a realidade
debulhada
em moinhos de vento
Olhos deitaste quantos
A realidade era o teu joio
e de braços abertos, espantalho
Guardião de tintas íntimas
Trigo, pêlo de bicho
O teu cão amarelo em côdeas
de tua mão
A textura do verso longe
dos sulcos
desse arado onírico:
Espátula,
carícia em terra de cor.
Como os girassóis tudo se curva
e fica a gravitar.
A loucura do teu nome
A memória, vernissage de feridas
expostas
Paisagem que amarelece
Cavalete em cancela de grãos
Signos e crinas
A manjedoura dos ares
Os sóis dos teus terçóis
Ciprestes
de labaredas, lábios de fogo
Trigal com Corvos
Um grão liberta a cor de dentro
Um grão de som. E o dia
contou todos os corvos que havia
Um grão cor de corvo. Um grão
cor de chumbo.
(c)1983, by Silvio Piresh
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